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A “Dhika” do Rui EP18: Festa do Basquetebol – 5 mudanças em 10 anos

Abril 24, 2023

Festa do Basquetebol – 5 mudanças em 10 anos

 

| Crónica Desportiva por Rui Alves

 

 

Escrevo esta crónica na ressaca de mais uma Festa do Basquetebol, tendo o número 10 como mote. Foi a 10ª Festa consecutiva na cidade de Albufeira, o meu 10º campeonato nacional interseleções enquanto selecionador distrital, o que me levou a comparar esta Festa com a de há 10 anos, curiosamente a minha última enquanto selecionador nacional na tarefa de observação de jogadores.

 

Mas então o que mudou entre 2013 e 2023? Na verdade, muita coisa… O Blitz e a Tiry não existiam. Ele só apareceu em 2015, precisamente na Festa, e ela foi apenas em 2021. Em 2013 já tinhamos redes sociais, embora o Instagram era uma aplicação elitista, usada quase exclusivamente por amantes de fotografias. E lembram-se do Harlem Shake? Estava a bombar de tal maneira que nessa Festa até houve um concurso entre comitivas… e parece que ganhou Leiria! Aparte dessas curiosidades, vou tentar cingir-me a apenas 5 mudanças, talvez as mais significativas, entre as Festas de 2013 e a de 2023.

 

  1. Tamanho dos atletas

 

Não sei se são conscientes, mas a média de alturas nos últimos 10 anos cresceu de uma forma muito significativa. Como referência, a seleção nacional sub-16 masculina de 2013, que no verão disputou o europeu divisão B, na Bósnia, tinha apenas 6 jogadores acima de 1,90m. Passados 10 anos, vemos que só nas duas seleções distritais finalistas desse escalão – Porto e Lisboa – encontramos os mesmos 6. Mais, nos sub-14 masculinos de 2023, cada uma das seleções finalistas também apresentou mais de 5 jogadores acima de 1,80m. Haverá estudos consistentes sobre esta matéria mas, para mim que estive junto ao campo, foi suficientemente esclarecedora a observação dos corpos dos atletas, quer masculinos, quer femininos.

 

  1. Técnica individual

 

É outra dimensão do desempenho dos atletas que sofreu uma evolução gigante. Podem vir todos os “Velhos do Restelo” dizer que antes é que era bom… mas neste caso, em termos de técnica individual, os jogadores de hoje dominam a bola muito melhor do que antes. Naturalmente que estamos a falar em termos médios. Ao nível do conhecimento do jogo ou das tomadas de decisão, admito que não seja tão evidente a melhoria… mas o drible, o passe, o lançamento, o deslizamento defensivo… é tão melhor. Arrisco-me a dizer que, passados 10 anos, os melhores sub-14 de 2023 estão ao nível dos melhores sub-16 de 2013. Mas atenção, esta constatação não invalida que haja ainda muito para trabalhar e para melhorar.

 

  1. Compromisso

 

Calma… não há propriamente mais ou menos compromisso hoje do que havia há 10 anos. Mas há um detalhe que é digno de referência. É que a Festa de 2013 realizou-se nas férias escolares da Páscoa. Em 2023, dada a autonomia das escolas na organização do calendário escolar, alguns treinadores e jogadores tiveram de faltar, ou meter férias, para poderem estar presentes. Isso já acontecia antes com alguns técnicos (não ligados à escola) e alguns árbitros. Mas o empenho e compromisso levaram a que, uma vez mais, mais de 1300 pessoas deixassem tudo para trás para poderem participar no maior evento do desporto juvenil em Portugal.

 

  1. Redes Sociais

 

Uma das primeiras pessoas que encontrei depois da Festa, que não tinha estado na Festa, disse-me, e passo a citar: “Então? Parece-me que andaste a comer mal por lá…”. Não me surpreendeu porque eu já tinha ouvido rumores que, nas redes sociais, circulava uma crítica à alimentação durante o evento. Eu posso dizer que comi todos os dias numa das cantinas e só tenho elogios para fazer. Mais do que a qualidade e quantidade das refeições, é de realçar a atitude de todo o pessoal. Houve sempre uma palavra simpática, uma música, uma dança, uma boa disposição contagiante, que não distinguia distritos nem classificações. Há 10 anos estas mentiras, porque o são, não se propagavam com a mesma dimensão ou velocidade. Eu já disputei campeonatos interseleções em regime de acantonamento, em casernas militares, em que cada comitiva recebia à chegada um balde e uma esfregona para limpar uma espécie de casa de banho… Quem hoje inventa picuices para criticar merecia voltar 20 anos atrás para aprender a dar valor ao que tem…

 

  1. Cartão Branco

 

Não é o cartão branco em si, coisa que, de facto, não existia há 10 anos. É uma atitude cada vez melhor perante a Festa. Atentem a este exemplo de 2023. Na última manhã da competição, apenas 4 equipas estiveram em atividade. Ou seja, houve praticamente 1200 participantes neste evento, das quais cerca de 800 atletas, que tiveram a última noite livre. E problemas, barulhos e confusões? Zero! Deixo uma palavra de reconhecimento aos dirigentes, em particular aos chefes de comitiva, por isso. De facto, todo o ambiente da Festa foi de grande respeito entre participantes mesmo num contexto de uma prova de âmbito nacional onde, muitas vezes, o resultado é sobrevalorizado relativamente ao que é mesmo importante: a formação do basquetebolista português.

 

 

 

 

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